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Intervenções em Transtorno Opositivo Desafiador



O transtorno opositivo desafiador (TOD) é caracterizado como um transtorno disruptivo externalizante, que gera grande impacto no entorno. Observa-se um padrão persistente de não cumprimento de regras, postura desafiadora e hostil. Crianças diagnosticadas com TOD argumentam excessivamente, não aceitam as consequências de seus atos e frustram-se facilmente quando não obtém o que querem.
De acordo com o DSM -IV:

"A característica essencial do Transtorno Desafiador Opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos 6 meses (Critério A) e se caracteriza pela ocorrência freqüente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: perder a paciência (Critério A1), discutir com adultos (Critério A2), desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos (Critério A3), deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas (Critério A4), responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento (Critério A5), ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros (Critério A6), mostrar-se enraivecido e ressentido (Critério A7), ou ser rancoroso ou vingativo (Critério A8). (Psiqueweb)"

Nos transtornos disruptivos, um importante instrumento clínico é a avaliação e a análise funcional das interações entre os filhos e os pais (Koch & Gross, 2005 apud Barletta, 2011). A relação com pais, a casa servem como os primeiros momentos para construção da aprendizagem e onde ocorre maior modelagem de comportamento. Além disso, nestas situações, observam-se as consequências produzidas pelo comportamento, isto é, como o ambiente reage quando a criança apresenta o comportamento disruptivo indesejado e como ele é mantido.

Uma sugestão é o mapeamento da frequência do comportamento indesejado, observando o contexto que favorece o aparecimento da resposta indesejada e qual a consequência, por exemplo, como os pais reagem a determinado comportamento. Esse registro pode ser feito na forma de tabela escrita ou diário.

É importante que os pais conheçam a relação entre contexto, comportamento e consequência para que possam aderir ao treinamento de pais, observar que eventos aumentam a frequência do comportamento disruptivo e perceber que, como pais, também fazem parte dessa relação.



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