No processo de reabilitação neuropsicológica voltada a memória, as possibilidades de intervenção se dão através de estratégias de compensação, isto é, utilizar modalidades da memória que estejam preservadas para compensar outra modalidade ou por meio das habilidades residuais da modalidade de memória que está prejudicada, apostando em diferentes tipos de neuroplasticidade. Identifica-se que, qualquer que seja a estratégia, o objetivo é melhor a performance possível do paciente e não modificar a habilidade que o paciente possui. Por isso, torna-se fundamental conhecer a história pregressa do paciente, compreender como ele funcionou até o presente momento, quais estratégias foram utilizadas ao longo da vida.
Dentro da reabilitação neuropsicológica do idoso, uma boa estratégia é trabalhar com a Terapia de Orientação para a realidade (TOR). A TOR foi desenvolvida por James Folson, em 1968, visando a redução da desorientação e confusão nos idosos.
A partir da TOR, os objetivos específicos são:
- Redução da desorientação tempo-espaço.
- Trabalhar com dados da realidade, de forma contínua, organizada e sistemática.
- Sinalização do ambiente (colocar etiquetas nas gavetas, nas garrafas, onde colocar os sapatos).
- Utilizar linguagem verbal e não-verbal.
Qualquer atividade de reabilitação neuropsicológica precisa acontecer de forma sistemática e coerente com o plano estabelecido. Geralmente, tarefas baseadas na TOR podem acontecer em grupo (de até 5 pessoas) com duração de até uma hora, de 3 à 5 vezes por semana.
Para o sucesso da TOR, as informações devem ser passadas de forma objetiva, através do contato pessoal e organização do mundo externo (uso de crachá com o nome do profissional, relógios adaptados, calendários móveis, sinalização de interruptores, guia de tarefas diárias), durante o contato questionar "onde está", "para onde vai", "o que vai fazer" e por fim, repetição...isto é, a realização das tarefas de forma sistemática.
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