Por: Juliana Lopes Fernandes - Psicóloga CRP 05.40705
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado por um conjunto de sintomas de desatenção, distração, hiperatividade (motora ou cognitiva), impulsividade, dificuldade de memória e de organização e procrastinação.
Apesar desses comportamentos serem comuns em nosso dia-a-dia (afinal, quem nunca se distraiu em uma aula? Esqueceu onde colocou a chave?), o transtorno se caracteriza como tal pela sua frequência (os sintomas podem ser identificados diariamente em pessoas com TDAH) e pelos prejuízos que provocam na vida (nos relacionamentos, na organização financeira, no trabalho, na vida acadêmica). Assim, pessoas com possível diagnóstico de TDAH acumulam prejuízos e dificuldades ao longo da vida, querem viver de forma diferente, porém, acabam esquecendo e se distraindo com frequência.
O TDAH tem base neurobiológica. Ao longo dos estudos, identificou-se que a área pré-frontal do cérebro, responsável pela memória de trabalho (gerenciamento de informações), manutenção da atenção, organização e planejamento, iniciação de comportamentos e controle inibitório, no TDAH, apresenta-se em hipofunção, isto é, funciona abaixo do esperado quando comparada a cérebro de um pessoa sem TDAH, principalmente em situações de esforço cognitivo (uma aula muito longa, leituras, seguimento de ordens...). Apesar da base neurobiológica, o TDAH é multifatorial, isto é, fatores comportamentais e ambientais estão intimamente ligados à biologia. Assim, o TDAH é uma mistura entre biológico e comportamental, por isso, estratégias de modificação ambiental e comportamental podem minimizar as dificuldades inerentes ao TDAH.
Como ocorre o diagnóstico de TDAH?
O diagnóstico de TDAH precisa ser multidisciplinar, pois, o conhecimento de cada profissional irá contribuir para esse diagnóstico tão delicado, avaliando frequência, intensidade e prejuízos. O diagnóstico não é somente feito por uma lista de sintomas! Procure um profissional que possa te auxiliar nessa busca: psiquiatra, neurologista, psicólogo, neuropsicólogo para que possam avaliar de maneira correta.
Tratamento do TDAH
Justamente por ser um transtorno multifatorial (biológico e comportamental), o tratamento mais eficaz é o combinado: tratamento farmacológico em conjunto com psicoterapia. Existem várias intervenções farmacológicas, mas é necessário acompanhamento médico para que o profissional verifique qual melhor estratégia para você.
A psicoterapia auxilia na organização e planejamento, controle inibitório, na manutenção atencional, estratégias contra procrastinação, trabalhando com metas e foco.
Por fim, existem também intervenções cognitivas, visando regular a disfunção neurobiológica encontrada no TDAH. Intervenções como COGMED (treinamento computadorizado de memória operacional); NEUROFEEDBACK e REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA são tratamentos não farmacológicos para TDAH com bases científicas.
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