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Educação Cognitiva: Forma de Intervenção para os Problemas  de Aprendizagem

         Publicado por Andreia Barros CRP05/39439

A intervenção educacional está baseada nos pressupostos da educação cognitiva cujo objetivo é estimular crianças e jovens a aprender a aprender.
O desenvolvimento humano é visto como uma interação constante entre fatores biológicos (maturação cerebral, genética, etc.) e fatores sociais (contato com outras pessoas, sistema educacional, qualidade do meio em que vive), que atuam na formação das funções cognitivas do sujeito e, assim, no modo pelo qual o processamento das informações vindas do ambiente são manipuladas no Sistema Nervoso Central, ou seja, no cérebro.
A aprendizagem então depende da qualidade da interação entre estes fatores. Entretanto, segundo Fonseca (1999, 1987a), as funções cognitivas não são inatas e não se desenvolvem sem treinamento sistemático e mediado, que é a educação cognitiva.
Esta intervenção atua no fornecimento de novas experiências de aprendizagem provocando a modificabilidade cognitiva estrutural. É o indicio maior de que houve aprendizagem e ocorre quando a experiência de aprendizagem é mediada por uma pessoa mais experiente que organiza os estímulos de forma a conceder um significado ao objeto aprendido. Esta forma estruturada de raciocinar sobre o que se está aprendendo faz com que se potencialize a capacidade de pensar e refletir, de transferir conceitos novos para outras áreas, de comunicar, dentre outros.
A educação cognitiva é organizada de modo que as etapas do processamento da informação: recebimento (input), elaboração, cognição (atenção, memória, inibição de comportamentos) e resposta (output) sejam estimuladas a funcionar de forma mais eficaz, o que melhora o desempenho escolar e vem se tornando em uma estratégia eficaz na área de educação com crianças com dificuldades escolares.

Por que é mais eficaz?
A educação cognitiva vê cada sujeito forma diferenciada, indicando seu potencial e suas dificuldades individualmente, mas que em grupo ou em interação com outra pessoa, fornece significado as experiências possibilitando a formação de novos conceitos.
Assim, o aprendiz é ativo em relação a própria aprendizagem uma vez que pode raciocinar sobre os estímulos, percebe outras opiniões e transfere os novos conceitos para outras situações. Desta forma, cada sujeito é das peças do grupo na construção do conhecimento em que as atividades respeitam o potencial de aprendizagem individual.


Comentários

  1. Bastante interessante esse artigo em uma época tão globalizada. A educação hoje é feita em blocos, organizada em séries, os launos divididos por idades o que torna cada vez mais difícil encontrar afinidades no grupo. O que acontece é que aqueles indivíduos que passam despercebidos ( ou seja, que não apresentam dificuldade de aprender) são considerados o padrão e aquele que não se adapta o problemático. Estamos na época da indicação psicopedagógica para tudo que não nos agrada, quando na verdade, bastaria um olhar diferenciado. Sabemos que um percentual de nossos alunos precisam desta intervenção, mas não da forma cruel que estamos tratando nossos "dissonantes".
    A função da mediação escolar é permitir a construção de signos e significados pessoais inicialmente e de referencias firmes que possam torná - los significações coletivas. A individualidade e o respeito da mesma é base para a construção de uma aprendizagem eficaz e de um sujeito consciente da sua função na coletividade.
    p

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